Eu queria parto normal, mas se não fosse a melhor opção pro bebê ou pra mim, ok.
Quando estamos grávidas uma das perguntas que mais ouvimos é: "Você vai tentar parto normal?".
Eu sempre respondia que não tentaria, mas que sim, teria parto normal. Afinal, sempre fui da teoria que precisamos pensar positivo. Lógico que queria parto normal, mas sem neuras. Se não fosse a melhor opção pro bebê ou pra mim, ok...
As duas experiências que tive, foram super tranquilas. Dói? Sim, dói. Mas passa, e não só passa, como a gente esquece rapidinho de quanto doeu.
Eu estava com 37 semanas e 5 dias, quando acordei e pedi pro meu marido tentar voltar mais cedo do trabalho. Já sabia que tinha algo diferente. Fomos ao cinema e jantamos fora. Umas 10 horas da noite, dormimos. De repente, 3 horas depois, senti que tinha feito xixi na cama. Até porque a essa altura, levantava umas 4 ou 5 vezes por noite. Fui até o banheiro e vi que minha calcinha estava molhada. Voltei pra cama, acendi a luz do celular e vi que tinha uma poça d'água na cama.
Meu Marido acordou e perguntou se estava tudo bem. Felizes, chegamos à conclusão de que minha bolsa tinha rompido. Calma! Vamos ligar pra médica. Como estava sem contrações ritmadas e sem dor, ela me aconselhou a tomar um banho e ir com calma pro hospital.
Exame de Toque: os mesmo 2 cm de dilatação que já estava antes. Putz! Vamos lá! Andar, rebolar na bola, agachar...
No toque seguinte, nada de dilatação. Tudo bem, não vou desistir. De repente, lá pelas 6h, começaram as contrações fortes mesmo! Dor de verdade! Meus pais chegando, irmãs em seguida e eu lá... Embaixo da ducha quente, firme e forte.
Terceiro exame de toque: 7 para 8 centímetros!! Uhuuuu! A minha confiança aumentou, toda aquela dor tinha valido a pena! Ok, agora quero anestesia. Não estou mais aguentando. 8h30 da manhã e cadê o anestesista? Nada de chegar.
Às 10h, com quase 9 centímetros de dilatação, pouco menos de uma hora antes de o Antonio nascer, tomei a bendita analgesia. Fiz umas 6-8 forças e ele chegou. Chorando. E quando veio pro meu colo, falei: "Filho, Mamãe e Papai estão aqui e a gente já te ama muito. Não precisa chorar".
No mesmo instante, o mundo parou. Para nós dois e para ele. Não tinha mais nada, nem barulho, nem ninguém. Éramos só nós três. E, naquela hora, a palavra família fez mais sentido do que nunca.
Texto escrito por Marina Mangione, mãe do Antonio e do Lorenzo
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